Frutíferas

A Pitangueira (Eugenia uniflora) é uma árvore frutífera nativa do Brasil, originária da região que se estende do centro-sul do país até o norte da Argentina e Uruguai. Pertence à família Myrtaceae, a mesma da goiaba e da jabuticaba. Seu nome deriva do tupi-guarani "pitang", que significa "vermelho", em referência à cor característica de seus frutos maduros. Foi amplamente utilizada pelos povos indígenas brasileiros antes da colonização europeia, tanto como alimento quanto para fins medicinais. Durante o período colonial, foi levada pelos portugueses para outras regiões tropicais e subtropicais do mundo, sendo hoje encontrada em diversos países da América Central, Caribe, África e Ásia. No Brasil, ocorre naturalmente em formações de Mata Atlântica, Cerrado e Restinga, sendo considerada uma espécie de grande importância ecológica por atrair diversas espécies de aves e insetos que atuam como polinizadores e dispersores de sementes.

• Plante em local ensolarado ou com meia-sombra, com pelo menos 4-6 horas de sol por dia
• Solo bem drenado, preferencialmente arenoso ou médio, com pH entre 5,5 e 6,5
• Espaçamento adequado: 4 a 5 metros entre plantas para cultivo tradicional
• Irrigação regular nos primeiros anos e durante períodos secos prolongados
• Adubação equilibrada com NPK e matéria orgânica, especialmente no período pré-floração
• Podas leves de formação nos primeiros anos para estruturar a copa
• Controle preventivo de pragas e doenças, especialmente mosca-das-frutas
• Cobertura do solo com matéria orgânica para manter umidade e nutrientes
• Proteção contra ventos fortes que podem danificar galhos e derrubar frutos
• Colheita cuidadosa, pois os frutos são delicados e machucam facilmente

A pitangueira apresenta crescimento relativamente rápido e precocidade produtiva, iniciando sua produção geralmente entre o segundo e terceiro ano após o plantio quando propagada por mudas enxertadas ou de qualidade. Atinge produção significativa por volta do quarto ao quinto ano, quando pode produzir entre 15 a 30 kg de frutos por planta anualmente, dependendo das condições de cultivo. A floração principal ocorre na primavera, com os frutos amadurecendo aproximadamente 3 a 4 semanas após a polinização. Em regiões de clima quente e com irrigação adequada, pode apresentar mais de uma florada por ano, resultando em safras escalonadas. Com manejo adequado, a planta mantém boa produtividade por 15 a 20 anos ou mais. A colheita é realizada quando os frutos atingem coloração característica (vermelha, roxa ou laranja, dependendo da variedade) e começam a amolecer levemente, sendo necessário colher diariamente durante o período de safra, pois os frutos maduros caem facilmente.

A pitanga é uma fruta pequena (2-4 cm de diâmetro), de formato achatado e sulcado, lembrando uma pequena abóbora em miniatura. Sua casca é fina e lisa, variando de vermelho-alaranjado a vermelho-escuro ou quase roxo quando completamente madura, dependendo da variedade. A polpa é suculenta, macia e aromática, com sabor característico que combina doçura e acidez em proporções variáveis, além de um leve toque resinoso que a torna inconfundível. Contém de 1 a 3 sementes relativamente grandes em relação ao tamanho do fruto. É extremamente rica em vitamina C, antioxidantes, flavonoides, carotenoides e compostos fenólicos com propriedades anti-inflamatórias. Seu aroma intenso e agradável é devido à presença de óleos essenciais na casca e polpa. Os frutos são altamente perecíveis, mantendo qualidade por apenas 1 a 2 dias em temperatura ambiente e 3 a 5 dias sob refrigeração adequada, o que limita sua comercialização in natura a mercados locais.

• Árvore de pequeno a médio porte, atingindo 3 a 7 metros de altura
• Copa arredondada e densa, com ramificação abundante desde a base
• Tronco tortuoso com casca lisa e descamante, de coloração acinzentada
• Folhas opostas, simples, ovais a lanceoladas, aromáticas quando amassadas
• Folhagem jovem avermelhada, tornando-se verde-escura quando madura
• Flores brancas, pequenas e perfumadas, atraindo diversos polinizadores
• Frutos sulcados, lembrando pequenas abóboras em miniatura
• Excelente adaptação a diferentes tipos de solo, inclusive arenosos e pobres
• Resistência moderada a períodos de seca após estabelecimento
• Valor ornamental adicional pela beleza da folhagem, floração e frutificação