Frutíferas

O Mirtilo (Vaccinium spp.), também conhecido como blueberry, é uma espécie nativa da América do Norte, onde crescia naturalmente em florestas e pântanos, sendo coletado por povos indígenas há milhares de anos. Pertence à família Ericaceae, a mesma do mirtilo europeu (bilberry) e da azaleia. As principais espécies cultivadas comercialmente são o Vaccinium corymbosum (highbush blueberry), Vaccinium ashei (rabbiteye blueberry) e Vaccinium angustifolium (lowbush blueberry). A domesticação moderna do mirtilo começou no início do século XX nos Estados Unidos, quando o botânico Frederick Coville e a agricultora Elizabeth White iniciaram trabalhos de seleção e melhoramento de plantas silvestres. Foi introduzido no Brasil na década de 1980, inicialmente na região Sul, e posteriormente adaptado para outras regiões através de programas de melhoramento genético que desenvolveram cultivares com menor exigência de frio.

• Plante em local ensolarado, com pelo menos 6 horas de sol direto por dia
• Solo ácido (pH entre 4,0 e 5,5), bem drenado e rico em matéria orgânica
• Espaçamento adequado: 1 a 1,5 metros entre plantas
• Irrigação regular, mantendo o solo úmido mas não encharcado
• Adubação orgânica no plantio e fertilização periódica com produtos específicos para plantas acidófilas
• Cobertura do solo com serragem, casca de pinus ou outro material orgânico ácido
• Podas de formação nos primeiros anos e de manutenção posteriormente
• Proteção contra geadas em regiões de clima mais quente onde as plantas não recebem frio suficiente
• Controle preventivo de pragas e doenças, especialmente fungos
• Proteção contra pássaros que são atraídos pelos frutos maduros

O mirtileiro inicia sua produção geralmente entre o segundo e terceiro ano após o plantio, dependendo da variedade e das condições de cultivo. Atinge produção plena por volta do quinto ao sétimo ano, quando pode produzir entre 2 a 6 kg por planta anualmente. A floração ocorre geralmente no final do inverno e início da primavera, após o período de dormência, e os frutos amadurecem aproximadamente 60 a 90 dias após a floração. A colheita é escalonada, podendo se estender por 4 a 6 semanas, pois os frutos não amadurecem todos ao mesmo tempo. Com manejo adequado, a planta mantém boa produtividade por 15 a 20 anos, podendo chegar a 30 anos em condições ideais. As variedades do tipo "rabbiteye" (olho de coelho), mais adaptadas ao clima brasileiro, tendem a ser mais precoces na produção e mais longevas que as do tipo "highbush".

Os frutos do Mirtilo são pequenas bagas arredondadas de 0,7 a 1,5 cm de diâmetro, com coloração azul-arroxeada intensa e uma camada de cera natural (pruína) que lhes confere um aspecto esbranquiçado característico. A casca é fina e a polpa é suculenta, com pequenas sementes quase imperceptíveis. O sabor é doce-ácido (10-15° Brix), refrescante e aromático, variando de intensidade conforme a cultivar. O mirtilo é considerado uma "superfrutas" devido ao seu excepcional valor nutricional, sendo extremamente rico em antocianinas e outros compostos antioxidantes, vitaminas C e K, manganês e fibras. Estudos científicos associam seu consumo a diversos benefícios à saúde, incluindo melhora da função cognitiva e proteção cardiovascular. Os frutos mantêm qualidade por 1-2 semanas sob refrigeração adequada, sendo uma das frutas com maior vida útil pós-colheita quando armazenadas corretamente.

• Arbusto de porte baixo a médio, atingindo 1 a 2,5 metros de altura
• Sistema radicular superficial e fibroso, sensível à compactação do solo
• Folhas pequenas, ovais, verde-escuras que adquirem tons avermelhados no outono
• Flores pequenas, brancas a rosadas, em forma de sino
• Exigência de horas de frio variável conforme a cultivar (100 a 800 horas abaixo de 7,2°C)
• Frutos com coloração azul-arroxeada e cobertura cerosa esbranquiçada
• Necessidade de polinização cruzada em muitas variedades para melhor produção
• Adaptação a solos ácidos, não tolerando solos alcalinos
• Ciclo produtivo longo, podendo produzir por mais de 20 anos
• Valor ornamental adicional pela beleza da planta, especialmente no outono